segunda-feira, 24 de março de 2008

A FESTA DE PURIM

Evandro L. Cunha
Doutorando em Teologia

Todo ano entre os meses de fevereiro e março comemora-se a Festa de Purim. Segundo o calendário judaico-lunar foram os dias 14 e 15 de Adar II (periodicamente há dois meses de Adar no ano para poder se harmonizar com o ciclo do sol).
A história do PURIM está registrada no livro de Ester (o único livro da Bíblia que não menciona diretamente o nome de Deus). A síntese da trama é a seguinte: Os judeus já haviam sido libertados por Ciro e Dario quando conquistaram Babilônia em 12 de outubro de 539 a.C.. Como o Cativeiro Babilônico foi diferente do egípcio, eles tiveram a liberdade de trabalhar e negociar, muitos ficaram ricos e influentes no Império. A cidade de Jerusalém estava em ruínas e uma forte oposição dos vizinhos para que a cidade não fosse restaurada.
Neste contexto, a maioria dos judeus optaram por se ajustar a Nova Ordem Mundial estabelecida pelo império emergente dos Medo-Persas.
Daniel, Jeremias e Ezequiel, profetas durante o período do exílio, estavam mortos. O tempo passou e um novo Primeiro Ministro assumiu o poder em Susã, capital do Império Persa. A Bíblia denomina esse homem de Hamã, "o agagita, adversário dos judeus" (Ester 4:10). Que povo era esse? Você se lembra da história bíblica de I Samuel de um rei chamado Saul, a quem o profeta Samuel mandou que matasse os amalequitas? Pois é, Saul não matou o rei AGAGUE e poupou as melhores ovelhas do inimigo. Os agagitas, descendem do rei Agague que Saul não matou. Foi necessário que o profeta Samuel tirasse a vida do rei Agague (1Sm 15:31). Por esse motivo, Hamã tinha ódio racial contra os judeus (Et 3:6), e induziu o rei a destruir os judeus do império devido às suas leis e hábitos. Como Hitler, Hamã tinha um profundo preconceito contra a nação israelita. A Bíblia não menciona os detalhes da história. Como Hamã chegou a Pérsia e tornou-se líder influente?
Hamã, então, tramou a erradicação dos judeus em todo o império. Mardoqueu, primo de Ester (que a criara desde pequena), descobriu o embuste e pediu para que a rainha Ester revelasse sua verdadeira identidade judaica e intercedesse pelo povo. Ester seguiu a orientação de Mardoqueu e Hamã terminou num forca que preparara para Mardoqueu.
Nasceu, então, a festa de gratidão pelo grande livramento. A palavra Purim, vem de Pur que significa "sorte". Naquela ocasião os judeus deram presentes uns aos outros e prepararam banquetes.
O Purim com a Diáspora dos judeus (tempo em que os judeus ficaram espalhados fora de Israel) incorporou elementos extra-bíblicos. As crianças fazem fantasias e distribuem doces e presentes, é uma versão espiritualizada da festa do Haloween. Até mesmo na Sinagoga o ritual é alterado. Há uma decoração típica de festa infantil, a música é mais agitada, as leituras são intercaladas por palmas e batucadas, e no final uns até mesmo dançam.
Como quase todas as festas religiosas ocidentais, o Purim foi vitimado pelo Capitalismo Selvagem. No meio de tantos batuques e doces, quase não há espaço à reflexão espiritual sobre o Deus que usa instrumentalidades e circunstâncias as mais diversas para providenciar livramento ao Seu povo.

Um comentário:

Rengton Sousa disse...

Pastor não o connheço e o senhor não conhece, mas te admiro muito pelo fato do senhor te trilhado essa carreira, pois não é todos que chegam ate doutorado. Seus sermões são inteligentes e inspiradores, sonho com o dia em que um dia estarei fazendo telogia tbm. olhando para o senhor me da animo tbm.
Parabens !!!


e o senhor tem uma familia muito linda.

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