quinta-feira, 27 de março de 2008

AS TRÊS JANELAS: Visões diferentes de uma mesma realidade


Evandro L. Cunha
Doutorando em Teologia


Embora o Novo Testamento advogue em alguns textos a necessidade de unidade de pensamento e de procedimento (João 17:23; Ef. 4:3,13 e Fil. 2:2); não ignora a importância do pensamento divergente. Os Evangelhos afirmam que a rejeição de Jesus por parte dos judeus, aconteceu por não aceitarem o pensamento divergente. A existência de quatro narrativas da vida e pessoa de Jesus evidenciam que é possível ver coisas diferentes por prismas diferentes.
Em Jerusalém, subindo para o Monte Sião (Har Tsioyon), há uma praça chamada Três Visões. Ali há três esculturas em formas de janelas. O escultor sugeriu que é possível ver Jerusalém, não apenas a física, por três ângulos filosóficos diferentes: pela ótica do Judaísmo, do Cristianismo e do Islamismo. É curioso que há um ponto inicial onde você sentado pode ver um pouco da realidade de cada janela e conseqüentemente uma visão mais ampla do todo. Entretanto, se você for na direção de qualquer uma das três janelas, você terá uma visão abrangente daquela janela, mas ao mesmo tempo sua visão das outras será reduzida. Achei essa escultura uma metáfora perfeita de nossa busca pela Verdade. Nunca deveríamos olhar apenas por uma janela. Os judeus na época de Jesus achavam que olhando pela janela do Judaísmo seriam capazes de ver a Deus. O Cristianismo tradicional também pensa assim. O Islamismo tem adotado uma atitude mais ousada: destruir as outras janelas.
E nós adventistas do sétimo dia? Como lidamos com o pensamento divergente entre nós? Como tratamos aquele irmão que pensa e crê de forma diferente da nossa? George Knigth, historiador do Adventismo, professor na Andrews University, indaga por que no passado éramos mais tolerantes com as crenças diferentes em nosso meio.
É verdade que Ellen G. White falou que devemos apresentar uma "frente unida". Todavia essa unidade não pode ser a custa de um suicídio intelectual. Deus concedeu privilégios maravilhosos aos adventistas. No dizer de Ellen G. White, "o maior tesouro de verdades já confiado aos mortais". Mas isso não neutraliza as outras janelas. Como igreja temos enfatizado a janela da Verdade. Como nós sabemos a Verdade é um conceito Metafísico. É algo invisível, impessoal, sem sentimentos, é um conjunto de crenças e doutrinas sabiamente estruturas. Outros movimentos religiosos têm destacado a janela da caridade, do fervor missionário, do amor fraternal, etc.. Jesus Cristo só pode ser visto em Sua plenitude pela ótica das três janelas. Quem tenta vê-Lo apenas por uma , corre o risco de ter uma visão fragmentada dEle. Não é essa a causa de tanta divergência no Cristianismo? Portanto, subamos ao Monte Sião, pois aqueles que fazem isso deixam no vale seus preconceitos e conseguem vislumbrar, como os discípulos, o Cristo glorificado, ou seja, a Verdade em sua plenitude!

3 comentários:

Anônimo disse...

Shalom Alei"chem!
Shama Israel, Ihovah Eloheinu, Ihovah Ehad! Dt 6:4

Gut sha"bbes
A praça das três janelas, faz-me lembrar da estória da cenoura, ovos e café. As três foram submetidas ao cozimento. Imagine como entraram na panela e como saíram. Que deles é você?

Anônimo disse...

Parabens pelo texto, realmente de um verdade incrivel e bastante necessaria para os nossos dias, especialmente para um igreja que precisa alcancar as mais diferentes culturas. Que Deus continue te usando ricamente.
abracos para a familia.
Rivelino

Anônimo disse...

Pr Evandro, lendo não percebi a riqueza desse fato, "a praça das 3 janelas X nossa religiosidade", Jesus é muito mais que as visões e interpretações limitadas de denominações religiosas, seja ela qual for. Deus te use mais e mais a cada dia. Porém fiquem firmes no Senhor Jesus sempre, vc e sua familia, seja qual for o chão em que pisardes. Abraço: Ricardo Landim e família.

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